Promada Sinistra #1
Sim, senhoras e senhores, esse é o quadro que NINGUÉM pediu,
mas que já há algum tempo a gente pensa em fazer e que agora está finalmente saindo
do papel. Em primeiro lugar, este que vos escreve é o Clint, GM da UWA (vem
aí…), responsável por grandes ícones da fakesfera como Freybel, Shedder
Cent, Morpheus e Super Alex.
A ideia com esse quadro não é cagar regra alguma nem apontar
qual foi o melhor comentário do card – até porque eu não pretendo ler todos -,
mas sim pegar algum comentário que chamou a minha atenção por algum motivo e
dar uma luz tanto a aspectos positivos quanto a aspectos negativos da promo. É
válido ressaltar que tudo que for dito aqui não passa da minha opinião e que
ela pode valer tanto quanto o que o seu gato enterra. O intuito com esse
feedback é meramente ajudar alguém de alguma maneira, seja esse alguém a pessoa
responsável pelo comentário escolhido na semana ou qualquer outra que esteja
disposta a considerar essas dicas nas suas próximas escritas.
Quanto à periodicidade do quadro, ainda não se sabe. Talvez seja dedicado apenas a shows maiores como o último que tivemos. Depende da minha disponibilidade e também do engajamento de vocês, então, se curtirem, tiverem sugestões ou discordarem de algum ponto, me deixem saber disso e, como diria um grande pensador, VAMOS PROMAR PROMAR PROMAR.
O comentário escolhido para essa primeira edição é o de CM
Punk na luta contra Mike Bennett no Ashes to Ashes. (https://roh-fake.blogspot.com/2024/04/card-roh-ashes-to-ashes.html?showComment=1714866685054#c8023646864254442430)

Apesar de desconhecer a pessoa que o faz, percebo que os
comentários do nosso CM Punk sempre vão um pouco além da camada superficial, e
eu acredito que muitos ainda têm dificuldade em fazer isso. O que quero dizer é
que algumas promos são, em sua essência, não mais do que ameaças ao oponente.
Isso pode soar efetivo, mas três parágrafos de “eu vou matar você” e
outras ameaças com formulações distintas não são tão eficientes quanto um
parágrafo de “eu vou matar você”, seguido de dois parágrafos de “porque
você é (insira aqui um argumento)”. Se eu não me fiz claro até então, vou
trazer à tona alguns trechos da promo do Punk para exemplificar o que estou
falando.
Desde aquele maldito dia em que cheguei
perto de estar no centro do holofote quando Billy Kingston venceu o Aztec
Warfare eu armazenei toda minha raiva, toda minha angústia, todos os meses de
dor para exorcizar vocês dois filhos da puta deste lugar... mas agora que estou
tão perto... eu percebi que e-e-eu... eu não consigo. Não porque tenho medo de
você, com certeza não. Mas quanto mais pensei no que realmente queria dizer
sobre você, mais percebi que é exatamente o que VOCÊ faria. E eu não acredito
que lutar contra seu ódio, sua mesquinhez, sua covardia, com mais do mesmo...
então eu resolvi que eu preciso salvar a Ring of Honor de tudo que você injeta
nela.
Utilizando uma figura como o CM Punk, é fácil cair na ideia
de “eu sou o melhor do mundo” e prender-se a isso, o que, no fim das
contas, acaba não sendo algo muito convincente frente a um oponente que
argumenta bem. O nosso CM Punk, todavia, ao invés de partir da ideia de que ele
é melhor que o Mike Bennett porque sim, ele parte dessa reflexão de que
simplesmente não quer ser tão ruim quanto Mike é para aqueles que estão ao seu
redor e para a Ring Of Honor. Além disso, faz uso da sua breve história com os
Kings Of Wrestling para estabelecer as suas motivações e as razões pelas quais
ele precisa vencer esse combate. O seu principal argumento, então, tem como
referencial o seu adversário e não a si mesmo. Ele está mais disposto a provar
o quão prejudicial Mike Bennett é para a indústria do que tão somente nos
convencer de que ele é o melhor do mundo, e isso demonstra a relevância de
conhecer minimamente o indivíduo contra quem você está argumentando.
O que me leva até o motivo do porquê eu
estou perseguindo os "Kings of Wrestling"... porque você,
especificamente você, Michael... você é um vírus dentro dessa empresa. Porque
homens como você estão matando a essência desse lugar: talento puro, talento
nunca antes visto, honra e coragem. Porque Hiromu Takahashi e Billy Kingston
são indivíduos muito talentosos - mas estão apodrecendo. Estão aceitando o
caminho fácil - por sua causa. Porque você os alimenta com mentiras e a razão
pela qual eu os odeio é porque estão comprando isso.
Embora o Mike Bennett não tenha sido retratado nos shows
como o cabeça da equipe, ele também não é nenhum figurante e desempenha um
papel importante para os Kings Of Wrestling, tornando essa ideia trazida no
trecho acima não uma distorção dos fatos, mas um aprofundamento no argumento de
que o ex-ECW World Champion precisa ser parado a qualquer custo. Se a ideia,
portanto, fosse uma clara mentira criada apenas para fins de argumentação, não
atingiria tão forte o seu oponente e eu enxergaria como um ponto negativo da
promo, mas, por se tratar de uma visão completamente coerente e compreensível,
dá um peso maior à fala de Punk.
A
gravação tem seu início. O ambiente é solene e sereno. A câmera paira sobre o
ambiente, e parado diante do altar da igreja, sob a luz que penetra através dos
vitrais coloridos que retratam cenas bíblicas, está o Best In The World. O som
suave do órgão ecoa ao fundo, CM Punk está vestido com uma camisa preta e
calças escuras, contrastando com o ambiente iluminado da igreja. Ele retira o
capuz e discursa enquanto caminha pelo ambiente religioso.
- -
Punk
se aproxima do altar e lê uma passagem em uma bíblia exageradamente grande que
cobria todo o altar.
- -
Punk
fecha o livro religioso e esboça um sorriso desafiador para a câmera e continua
caminhando em sua direção.
- -
Punk
joga a bíblia pro alto e a observa cair diante da lente das câmeras e caminha
para fora do foco.
Para finalizar, creio que seja importante aplicar um pouco
de criticismo também, afinal nada se aprende só com elogios. O nosso CM Punk
sempre lança mão dessas descrições e, na maioria das vezes, gosto de como elas
mesclam com o seu discurso, mas, nesse caso em específico, creio que o ambiente
não tenha sido tão bem utilizado quanto poderia. Para além da ambientação no
início do comentário, o lugar em que o personagem está só volta a importar no
final da sua fala e, por maior parte do tempo, não acrescenta em nada ao que
está sendo dito. Para mim, a ambientação tem mais impacto quanto de fato agrega
valor às palavras, algum significado extra. Se não, acaba tornando-se só mais
alguns caracteres na promo e não fazem real diferença na hora de decidir um
vencedor.
Bom, imagino que já me estendi o bastante e que 90% de vocês
já tenha desistido da leitura na metade dela, então vou parar por aqui. Se você
chegou até esse ponto, comente o seu fake favorito que o Thrower faliu e deixe
uma sugestão do que pode ser feito de diferente na segunda edição do Promada
Sinistra. Até a próxima!

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